sábado, 18 de abril de 2009

Friday Night Live

Ontem assisti a um dos melhores concertos da minha vida.

A encetar as hostes, o até então desconhecido para mim Justin Townes Earl acompanhado por um igualmente desconhecido Cory Goldman.


  
  

Estes senhores ao entrarem no palco fizeram-me pensar "Olha uns american totós!".
Não podia estar mais enganada. Atrás de uma imagem que relembra os mais enraizados estereótipos da américa profunda veio a surpresa de alguma da melhor música que me foi apresentada nos últimos tempos.

Justin Towens Earle, fiquei posteriormente a saber, é um ilustre (não tão) desconhecido:
Filho de uma das maiores lendas vivas do folk/country americano, quando adolescente não lhe caiu bem o legado do seu pai e, sozinho pelas ruas Chicago, entregou-se à heroína barata da capital do midwest estando à beira da morte por overdose. Felizmente sobreviveu e pode agora, supostamente clean, brindar-nos com as suas actuações que têm tanto de surreal como de loucamente geniais.

A acompanhá-lo, Cory Goldman. 
Também sulista, tratam-se mutuamente por Charlie. Charlie toca banjo e harmónica entre outros instrumentos. Tem a sua própria banda, mas já algum tempo que acompanha Justin nas suas actuações. 

Ambos transformam a espera pelos cabeça de cartaz tão aprazível que deixa de o ser. 





Jason Isbell and the 400 Unit nascem depois da saída de Jason dos Grammy-nominated Drive by Truckers.
Depois de um album a solo, em cuja tourné se fez acompanhar por variados músicos, parece que Isbell está de novo preparado para a monogamia, e encontrou em Derry DeBorja, Jimbo Hart e Browan Lollar os companheiros de estrada que, supostamente, os Drive by truckers já não queriam ser. Na bateria, por hoje, Chad Gamble. Amanhã logo se verá...
A abrir, Seven-Mile Island, aquele que é também o primeiro tema do novo albúm. Cory é de novo chamado ao palco para acompanhar a banda com a sua harmónica, voltando a provar que estava errada em não gostar deste instrumento.
Se antes gostava de Jason Isbell, agora estou rendida: A presença em palco de Jason, o entusiasmo de Browan em todos os temas, fizeram desta a noite que marca o meu definitivo enamoramento por Chicago e as minhas pazes com a América, tão facilmente odiável, tão diversa, tão rica e tão pobre.
O encore traz uma incursão ao passado com Never Gonna Change, e eu trouxe comigo para casa o melhor souvenir até ao momento.

Sem comentários: